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23/05/2010

Rumi, Tagore, Gibran

Faz duas ou três semanas eu tive uma vontade insana de ler os poetas místicos do oriente médio. Geralmente, os meus livros favoritos são aqueles que me escolhem como leitora, e não o contrário. Sempre foi assim - livros que eu escolho ler porque tenho curiosidade, ou porque ouvi falar serem bons, dão sorte se são lidos até a metade. Agora, livros que me escolhem (que por um motivo completamente abstrato e irracional me causam um desejo comparável ao de mulher grávida) geralmente parecem ter esperado por mim o tempo todo.

Existe um sabor diferente ao abrir esses livros. É uma experiência quase tão prazeroza como devorar um pote de doce-de-leite caseiro mineiro depois de dois anos morando num país que não conhece doce-de-leite. Se equipara a comer queijo-fresco, ou lambuzar a boca de requeijão. Quando eu leio os livros que me pediram pra lê-los, eu me lambuzo sem ter que pedir desculpas.

Na maioria das vezes, esses livros me trazem sinais, lições que só naquele momento eu estou pronta pra ver, pra ouvir, pra sentir. Normalmente (apesar de não ter nada de muito normal nisso tudo) são livros que se encaixam perfeitamente com o momento que eu estou vivendo.

Outra coisa que passei a reparar é que os livros que me escolhem, aqueles que realmente causam o impacto de um meteoro aterrizando em mim, são livros de poesia ou de não-ficção, de resenhas. Raramente me encontro tão envolvida num livro de ficção, e parece que quanto mais o tempo passa e mais velha eu fico, menos paciência eu tenho pra ficção. Lembro de três que me marcaram nos últimos três anos - só.

E é assim que estou me deliciando no momento com Mowlana Jalaluddin Rumi, Rabindranath Tagore, e Khalil Gibran.

Esses poetas são conhecidos aqui no Canadá como poetas místicos. Os grandes temas de suas poesias são geralmente o mistério do amor, da vida, da morte, e de Deus. A simplicidade e a beleza com que escrevem me faz refletir muito sobre minha própria vida. Aceitar o mistério através da presença do silêncio humilde diante da grandiosidade do poder absoluto é outra lição sempre presente nessa coleção de poesia magestral.

Fica aqui meu posting da semana... Não muito reflexivo, mas com a sincera e humilde vontade de dividir com quem estiver lendo o Porto, algo realmente profundo e de muito mais beleza do que qualquer coisa que eu venha a escrever.

Paz,
Carol

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