Essa semana estou abarrotada de coisas. Meu irmão veio passar a semana com a gente, o que é ótimo, mas envolve uma quantidade absurda de produção de bolos. Tem mais o fato de eu estar tentando fazer meu curso, terminar meu semestre em três semanas, e o pior de tudo (que atrapalha a minha concentração por completo) - as olimpíadas de inverno!
Quem me conhece, sabe que eu não ligo pra esportes a não ser quando aparecem as Olimpíadas e a Copa do Mundo. E desde que eu adicionei oficialmente a minha cidadania Canadense ao meu rol de documentos, essa é a primeira olímpiada de inverno em que eu estou oficialmente torcendo pelos meus compatriotas Canadenses! E eu amo cada minuto dos jogos (apesar de me deixar atrasada em tudo que é outro compromisso - corrigir provas, redações, fazer bolo, cozinhar jantar, fazer a cama, etc etc etc).
Porém não há como eu deixar de comentar sobre a grosseiria, o absurdo que aconteceu esse ano por aqui. Justamente aqui, no solo onde nasceu o movimento feminista, pela primeira vez, deixaram de fora um evento olimpico - o salto de esqui feminino: o feminino apenas.
O problema é o por quê de terem deixado esse evento de fora: não dava audiência, e portanto não merecia competir.
Eu quero deixar claro uma coisa: os jogos até agora tem sido lindos. Claro que com um monte de problemas (como diz o meu irmão, é bom ver os jogos aqui pra lembrar que tem cagada do mesmo jeito). O evento de patinação com velocidade está atrasado faz mais de quatro horas (deu um monte de problemas) mas os atletas estão na sua maioria, impecáveis. E esse lance de deixar o salto de esqui feminino de fora não foi por escolha do Comitê Canadense, mas do Comitê Internacional Olímpico.
Eu assino uma revista chamada "Ms. Magazine" que é dedicada estritamete a assuntos internacionais com uma perspectiva feminina e feminista. A revista geralmente dedica a sua última página a uma seção chamada "Sem Comentários" em que eles expõe campanhas de marketing altamente machistas. Eles não escrevem uma linha a respeito, não comentam. Deixam apenas o número do telefone da marca, ou o email, pra que o público possa ligar e reclamar fazendo com que a campanha saia do ar.
Quando eu dei o título desse posting, eu estava pensando nessa página da Ms. Magazine. Mas não tem como eu não deixar aqui o meu comentário de como eu acho que isso mostra tão claramente que nós mulheres ainda temos muito por que lutar, e quem acha o contrário ou é ingênuo, ou cego. E o exemplo das olimpíadas de inverno é apenas um, pequeno, mas que tem uma projeção internacional imensa, e tem também o espírito olímpico que é exatamente o oposto a que isso tudo representa.
Infelizmente, não há mais nada que possa ser feito a respeito dessas olimpíadas. O evento não existe, e os jogos ja começaram. Mas serve como um lembrete muito triste e sério de que nós mulheres ainda temos muito por fazer, espaço por conquistar, e respeito por ganhar...
Sejamos honestos: não existe um evento olimpíco masculino que sequer corra o risco de ser cancelado - quem assiste biatlon de inverno - masculino ou feminino?
Enfim, pra quem quiser saber mais sobre essa triste realidade, clique no link do website Let Women Ski Jump, e pra quem quiser achar um jeito de reclamar, fazer barulho, e dizer pra quem organiza os eventos, que isso é um ato inconstitucional, o Comitê Olímpico Internacional é o responsável direto por essa péssima decisão.
Por jogos olímpicos mais justos, deixo aqui o meu comentário.
Carol
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