Existem 3 traços genéticos da minha família que eu carrego, e que eu não diria necessariamente com muita honra... Desde nova, eu sempre soube que eu teria que enfrentar os seguintes tratamentos cosméticos: depilação, química pro cabelo, e tratamento pra varizes.
Eu sempre fui peluda - tipo, pêlo escuro, grosso, longo e duro. Minha primeira depilação, eu fiz aos treze anos. Aliás, foi meu presente de aniversário. Começou assim, o sofrimento número um. Graças a Deus (que fez com que o nosso pêlo afinasse com a idade) e a geografia do país que eu vivo (que está coberto de neve por quase seis meses do ano), hoje eu depilo (e sofro) menos.
O meu primeiro cabelo branco apareceu quando eu tinha 16 anos. Eu lembro bem. Estava almoçando com uma amiga minha aqui no Canadá da primeira vez que morei aqui, e ela viu e arrancou. Ela não sabia do nosso ditado, de que quando arrancamos um, nascem sete (ou setenta) outros. Enfim... Graças a indústria de cosméticos (que inventou a tintura) e de novo ao país que eu vivo (que tem de tudo - gente vestindo preto com cabelo verde, até mulheres lindíssimas com cabelos grisalhos) eu aprendi a administrar bem o meu envelhecimento precoce. Além do mais, depois que os cabelos grisalhos começam a aparecer na sombrancelha, no sovaco, e por ai vai, a gente sabe que a causa já está perdida há muito tempo. Então no fundo acho que me rendi.
E finalmente, desde os 18 anos, eu tenho vasos linfáticos preponderantes, roxos... Lembro inclusive de ter visto um especialista pra varizes bem nova, acho que eu tinha uns 20 anos. Minha avó Rosa sofre até hoje com as tais varizes. Enfim, hoje, aos 29, eu finalmente cheguei a conclusão de que não dava mais pra ignorar. Minhas pernas estavam começando a ficar completamente roxas, sem contar que doia muito, porcausa da má circulação. Como eu sou adepta da homeopatia, e naturopatia, eu resolvi primeiro conversar com a minha homeopata a respeito. Ah, se eu soubesse...
O tratamento que ela me deu é o seguinte: dois baldes altos, em que eu possa colocar água suficiente até o joelho. Em um dos baldes, eu tenho que colocar água bem quente ( 50 graus celsius ou mais) e no outro, água bem gelada (a minha está mais ou menos nuns 2 graus celsius). E ai começa a tortura: eu ponho minhas pernas, até o joelho, por três minutos no balde de água quente. Depois pulo dentro do balde gelado por 30 segundos. Depois volto pro quente, e depois entro no gelado de novo. Tenho que repitir o auto-flagelamento 4 vezes até terminar com o balde de água gelada.
Só vou dizer o seguinte: a Lola se assusta quando eu estou fazendo a terapia, e eu dou graças a Deus que não tem criança na casa, porque "caralho" é um dos palavrões mais leves que saem da minha boca durante o processo.
AFE!
Enfim... Por outro lado, eu também tenho que ser sincera... Felizmente (ou infelizmente, depende se você me pergunta quando eu estou dentro ou fora dos baldes) a tal da terapia funciona. Minhas veias, em apenas três dias de tratamento, diminuíram tanto que eu mal acredito. Umas inclusive ja sumiram. As minhas pernas não se sentem mais cansadas, e eu não senti mais caimbra a noite. O tratamento dura um mês inteiro e intenso - não posso escapar nem um dia (tenho a impressão que meu irmão - que chega amanhã, pra ficar 10 dias - vai se deliciar com os episódios). Depois disso, tenho que fazer a hidroterapia pro resto da vida, uma vez por semana, pra mater a minha circulação em dia.
Enfim... Pra quem sofre de varizes, eu aconselho, embora aviso: é foda. Minha amiga Sue teve neném em casa, sem anestesia, e diz ela que foi a maior dor da vida dela... Eu sei que esse blog na maioria das vezes é dedicado ao meu dilema de ter ou não ter filhos, mas uma coisa eu nem questiono: se eu tiver, vai ter peridural.
Pena que não inventaram ainda uma anestesia pra hidroterapia de varizes. Pode ter certeza: eu tomaria sem nenhum remorso.
Carol
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